Nossa ultima noite juntos.
Tanto tempo que não nos encontrávamos mais. Acabamos os dois sem roupa, aconchegados sobre os lençóis emaranhados.
Fazia um friozinho gostoso e ele me abraçava pela cintura e me apertava como uma coisa muito doída de se perder. Nessa hora eu já sabia.
Eu sempre tive esse momento de compreensão profunda antes da vida partir, antes dela quebrar-se ao meio.
Ele beijava tanto meu ombro, meu pescoço, minhas costas salpicadas de suor.
Eu me esforcei, apertando meus olhos e tentando imaginar que aquilo era só a saudade inundando seu corpinho frágil. A danada da saudade nos unindo por uma ultima vez até adormecermos entrelaçados. Até o sol invadir as persianas. Até ele acordar. Até ele vestir a calça e a camiseta. Até ele me abraçar e pedir para que eu não sumisse. Até ele sumir.
Eu gostava do jeito que ele tímido, sorria para mim.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
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