segunda-feira, 22 de novembro de 2010

a saída

Nossa ultima noite juntos.

Tanto tempo que não nos encontrávamos mais. Acabamos os dois sem roupa, aconchegados sobre os lençóis emaranhados.

Fazia um friozinho gostoso e ele me abraçava pela cintura e me apertava como uma coisa muito doída de se perder. Nessa hora eu já sabia.

Eu sempre tive esse momento de compreensão profunda antes da vida partir, antes dela quebrar-se ao meio.

Ele beijava tanto meu ombro, meu pescoço, minhas costas salpicadas de suor.

Eu me esforcei, apertando meus olhos e tentando imaginar que aquilo era só a saudade inundando seu corpinho frágil. A danada da saudade nos unindo por uma ultima vez até adormecermos entrelaçados. Até o sol invadir as persianas. Até ele acordar. Até ele vestir a calça e a camiseta. Até ele me abraçar e pedir para que eu não sumisse. Até ele sumir.

Eu gostava do jeito que ele tímido, sorria para mim.