segunda-feira, 31 de maio de 2010

Tanto Mar

Os lençóis acordaram emaranhados. Suas voluptuosas curvas se insinuavam em breves feixes de luz que permiti entrar. O dia acorda. Espreguiço-me. A alça da blusa de seda desliza sorrateira pelo meu ombro. Estremeci. A manhã está úmida, e eu. Meu corpo pesa sobre a cama. O que havia acontecido? e a lembrança do sonho me toma, enquanto o cheiro de ópio invade minhas narinas avermelhadas.
Marina dos olhos verdes que me afogavam. Sua voz latente inundando meus pensamentos imaturos, infantis. Era mais velha do que eu, um ano. Pegava-me pela mão e me ensinava a brincadeira. Os lábios delineados de cor púrpura sujos de areia. A pele salgada. O biquíni de babados.
Disse que eu não precisava da parte de cima. Ergui os braços, ela tirou. Seus braços ternamente se enlaçaram ao meu redor. Não precisa ter vergonha - ela sorriu. Fiquei contente.
Minha Marina dos cabelos acobreados deitada sobre minhas costas contando pintinhas. A coxa dourada pressionando firme contra a minha. A regata frouxa roçando seus seios maduros. Nosso suor se misturando. A pele que ardia. Acendeu um incenso de papoula e me ensinou a brincadeira.


Sei que há léguas a nos separar.

Cá estou carente.

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