quarta-feira, 16 de junho de 2010

às sete

Perguntei se poderia fazer o exercício deitada com alguns livros sobre mim, queria saber se faria o mesmo efeito. Ele sorriu gentilmente com os pequenos olhos azuis transparentes como vidro, uma pequena abertura entre os dentes da frente. Pediu me para manter a calma e soltar a tensão, enquanto com as mãos firmes pressionava meu abdômen forçando a permanência do ar. Sentiu isso? Quase tocava o dedo em meu nariz, risonho olhando curioso para os outros da sala. Disse que eu era tímida demais. Mas eu estou tentando, juro que estou. Sorriu, perguntou se eu não sentia frio de estar ali quase pelada. Minhas maçãs rubras. Minhas pernas de fato coçavam e conforme a noite caía, podia observar os poros eriçando. Até segunda. Tchau. Obrigada. Alguém gritou por mim. Perguntou-me se eu estava com pressa, disse que precisava falar comigo, coisa de dois minutos. Queria me perguntar uma coisa. E então, o que é? Enquanto caminhávamos. Resolvi te perguntar, sabe? Pensei comigo mesmo, que se eu não perguntasse, bem eu não teria como adivinhar, não é mesmo? Concordei com um sorriso. Queria saber se você quer ficar comigo. Minhas maçãs rubras. É que eu estou saindo com um cara, sabe? Tudo bem, eu só queria saber, não precisa ficar sem graça.

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