domingo, 13 de junho de 2010

au retour à la normalité

Voltei para casa com aquele cheiro de fumaça se agarrando nas minhas roupas, uma luz negra e até você poderia ver as mãozinhas da safada se segurando em mim. Passei as mãos para ajeitar a saia e senti um furo na meia fina. Malditas meias frágeis. Uma vez paguei 20 contos em uma, sete oitavos com barra rendada, fantástica, rasguei a danada na mesma noite. Estava meio bêbada e, só pude sentir o dedo trespassando a coitada.
Queria furar todos os sinais dessa vez. Quem quer brincar da roleta? Eu, eu! Mas senti seu olhar reprovativo e me contive.
Essa coisa já havia me acontecido antes. Outro moleque aí. Levei o menino pra minha casa. O ego inflou, vou fazer o que? E posso ainda lembrar claramente a fronte embriagada me falando que a camisinha secou. Não, meu bem, sou eu que não estou sentindo a menor graça. Desisti, virei para o lado, capotei. Acordei assustada e seminua com um cara enrolado em meus lençóis. Fico puta. Normalmente eles cheiram tão bem, a mistura de baunilha orquídea que se desprende de minha pele na insônia noturna. Mas então eles aparecem e estragam tudo com aquele cheiro próprio que eles têm.

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